PdC

Nem era preciso entrar no recinto montado na praia fluvial do Tabuão para perceber que a crise fez das suas: Paredes de Coura não teve patrocinador principal. Consequências: O último dia do festival não tinha cabeça-de-cartaz. E a cerveja é diferente para pior. Além disso, não há concertos durante a tarde no palco secundário - que em anos anteriores recebeu momentos altos do festival - e a realização do vídeo para os ecrãs gigantes é feita com menos meios.

Isto fragiliza PdC? É claro que não. Não há outro anfiteatro no país como este verde do Minho. E o público aqui costuma ser mais interessado (interessante?) do que o habitual em eventos deste tipo. Ao que não será alheio a aposta num cartaz mais alternativo e menos pop.

Paredes de Coura em 2009 foi Jarvis Cocker com um blazer que tinha o mesmo corte impecável da sua música. Foi Patrick Wolf a trocar de pele, possuído por Bowie, e a pedir-nos que alguém lhe ligue a requisitar um concerto em nome próprio. Foi o poder cénico de Peaches e tirar-nos a virgindade.

Houve as boas novidades Blood Red Choes e Howling Bells - que não são a epifania de 2005, mas vão andar no leitor de Mp3. E o asco aos Hives. Um pontapé chamado NIN e as canções em coro, durante 90 minutos, ao som de Franz Ferdinand.

2 comentários:

Hugo Monteiro disse...

"E o público aqui costuma ser mais interessado (interessante?) do que o habitual em eventos deste tipo."

À base dos piolhos e da cultura de bactérias.

Samuel Silva disse...

Este ano não estiveste lá, aquilo até esteve melhor frequentado :).
O pessoal pode não ser clean como no Sudoeste ou nessa coisa estranha que são os festivais urbanos tipo Alive. Mas nota-se que gosta de música. Gosta particularmene da música que lá vai ouvir, e não de um David Guetta qualquer.